Quando se ama um mestre, procura - se saber o que ele sabe, pois sabendo o que ele sabe, temos uma maneira de estar sempre com ele - Rubem Alves
Há aqueles que, pela sua trajetória, marcam profundamente pessoas e épocas. Dos que ensinam diz a Palavra, que “resplandecerão como as estrelas: sempre e eternamente”, por a muitos haverem ensinado a justiça (Dn. 12. 3).
Irmã Doris, que foi para o Lar recentemente é exemplo de dedicação e fidelidade ao ministério para o qual foi designada pelo Senhor. Quantas vidas marcadas por sua influência! Mestra consumada, no dizer de um de seus inúmeros alunos, que passaram pelo IBAD, em Pinda, ela era daqueles professores que, quando em sala de aula, simplesmente “sentava e, como os grandes mestres fazem, encantava” tal o magnetismo de que era dotada.
Irmã Doris irradiava simpatia e simplicidade. Diante dela tinha - se a plena noção de que era daqueles crentes que, à semelhança de Noé, andava com Deus na mais perfeita comunhão. Seu porte elegante revelava a mulher classuda que era. Mas foi no ensino que deixou sua marca indelével pela vasta sabedoria evidenciada nas muitas lições que transmitiu ao longo de sua profícua e proveitosa docência e que repercutem muito além das salas de aula, nos púlpitos das igrejas, em seminários, conferências, enfim em todos os momentos e espaços onde pôde repartir o pão do saber.
À semelhança de J.P. e Margarida Kolenda, pode - se dizer igualmente de João e Doris Lemos, que “Deus os juntou para a sua chamada”, pois “ninguém poderia ter cooperado tão bem com ele quanto ela”. O IBAD, fundado em 1958, foi fruto da visão que Deus deu a este adorável casal. Sua vida sempre foi dedicada ao serviço de Deus e ao ministério, ensinando, pregando, cantando, regendo coral, orando, aconselhando, tocando piano, escrevendo, cuidando da família...
Transitou com desenvoltura na seara jornalística evangélica, cooperando, inclusive na elaboração de lições para a escola dominical ou com artigos para os periódicos da CPAD, como o jornal Mensageiro da Paz, onde na edição de nº 1433, de outubro de 2004, com o texto A Atualidade da Reforma Protestante, aborda, com argúcia, temas relevantes quanto a esse importante evento histórico, mostrando a atualidade dos parâmetros que o caracterizaram, cujos ‘efeitos e resultados permanecem conosco até hoje’, como afirma e no qual pergunta, sem esperar resposta: ‘O que estamos fazendo hoje com o legado de Lutero e os princípios vitais da Reforma Protestante do século 16?’ Nele também, como conhecedora de Hermenêutica e Exegese bíblicas, revela sua preocupação quanto à autoridade das Sagradas Escrituras face à enxurrada de ‘heresias, falsos ensinos, aberrações doutrinárias que existem em nossos dias’. Pela sua pertinência, o conteúdo desta mensagem é um brado de alerta e por isso, deveria ser objeto de estudo e reflexão das lideranças assembleianas neste momento crítico porque passa a igreja, pois, como afirma esta amada irmã com autoridade de Deus, ‘a verdadeira Igreja de Cristo está sempre no processo de “se reformar” e assim transformar seu mundo’.
Irmã Doris, pelo exemplo de vida e por se constituir em um verdadeiro ícone na educação teológica pentecostal, já faz parte da história da Assembleia de Deus neste País.
Maria Lúcia Fonseca
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