terça-feira, 17 de agosto de 2010

PERFIL DE UM VERDADEIRO PAI

Quando se começou a comemorar o Dia dos Pais no mundo, a intenção era de homenagear um cristão devotado, que criara sozinho, uma prole de seis filhos, uma vez que a esposa falecera com o nascimento do último. De lá para cá, muita coisa se modificou. O comércio passou a ver no evento, um chamariz para atiçar as vendas e ganhar dinheiro com a compra de presentes para os filhos agradarem os pais, contando com a força da mídia e sua propaganda maciça. Nada parecido com a primeira comemoração.
Hoje vivemos trabalhosos dias, em que os papéis se inverteram e valores tão caros e consagrados no ambiente famíliar, como respeito, integridade, união, amor e compromisso são considerados “caretas” e dão lugar a outros, como desafeição, desobediência aos pais, ingratidão, egoísmo, arrogância, para ficar só nesses (2Tm 3.1-4).
Contudo, temos na Bíblia, orientações que apontam para um resgate do verdadeiro papel dos pais na atualidade. São princípios imutáveis, emanados da mente daquele que idealizou e criou a família - O Deus Todo Poderoso - os quais, portanto, na sua aplicabilidade e eficácia, são tão atuais, urgentes e necessários como no princípio.
Vemos que, mais tarde, o Senhor ampliou por meio de Paulo, o mandamento que dera a Moisés em Dt. 5. 16 quanto ao papel dos filhos em relação aos pais, complementando - o com uma recomendação direta aos pais, em Ef 6.1-4, quando adiciona, enfaticamente: ”E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”.
Nestes tempos de modernidade, Deus, em quem não há mudança nem sombra de variação, sabe que os filhos precisam, urgentemente, não de pais heróis, mas de pais como Jó, que orava pelos filhos, se preocupava com eles, envolvia-se com os tais, apesar de ser ele, “o maior do Oriente” no seu tempo (Jó 1.1-5). Vemos que este piedoso homem de Deus era um exemplo de integridade e retidão moral e espiritual. Apesar de ocupadíssimo, era um pai presente, que dava atenção e dialogava com os filhos, pois “chamava-os” à ordem quando necessário, mostrando-lhes com autoridade, como agir (v. 5). E não ficava só na verbalização, mas dava-lhes o exemplo da coerência ética, pois “levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos” ao Senhor em prol dos seus rebentos.
Vivemos uma época em que os pais não têm tempo para os filhos e para justificar alegam ter muita responsabilidade no trabalho, na empresa ou mesmo na Igreja. Aprendamos com Jó, que mesmo sendo riquíssimo em bens materiais, não descuidava dos seus e arranjava um tempo para estar com a família.
Que neste segundo domingo de agosto, os pais cristãos, despertados para a importância da responsabilidade que Deus lhes delegou, sejam capazes, como Jó, de incansavelmente dizer aos filhos - tendo estes a idade que tiverem -: “Vinde, filhos, e escutai-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor”, Sl 34.11.


Maria Lúcia Fonseca

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