“... de repente veio do céu um som veemente e impetuoso e encheu toda a casa em que estavam assentados”, At. 2.2
A Igreja fundada em Belém em 18 de Junho de 1911, nasceu sob o fogo do Espírito Santo, quando no alvorecer do dia oito desse mesmo mês, ’línguas como de fogo‘ pousaram, cada uma sobre cada uma daquelas duas perseverantes irmãs que aguardavam sofregamente, em oração, a Promessa do Alto naquela casa da Rua Siqueira Mendes.
Maria de Nazaré e Celina Albuquerque, de confissão batista, diz a História, abraçaram com fé a doutrina trazida pelos dois jovens pioneiros e, ávidas por experimentarem a ‘novidade’, do mesmo modo que aquelas outras mulheres mencionadas no primeiro capítulo de Atos, ‘estando entre elas Maria, mãe de Jesus’, ‘perseveravam unânimes em oração’, buscando a ‘promessa do Pai, seguida do consequente revestimento de poder e o falar em línguas estranhas, conforme prometido por Jesus, Lc. 24.49.
Posto que não se possa dissociar oração de Pentecostes, porque é “orando que se obtém a unção real”, este Centenário assembleiano pentecostal celebra também cem anos de oração, esta força que move as mãos do Todo Poderoso para atender ao clamor do suplicante esperançoso.
E em assim sendo, a história desta Obra secular registra a chegada dos pioneiros Günnar Vingren e Daniel Berg em 19 de Novembro de 1910, a Belém, sendo hospedados nos porões da Igreja Batista, na Rua João Balby. A razão? Simplesmente os diáconos daquela igreja há algum tempo já reuniam-se especialmente para rogar ao Pai por um despertamento. Quando estes missionários foram apresentados à Igreja, aqueles obreiros, viram nesse fato, a resposta que esperavam, pois disseram: ”Agora chegaram aqueles por quem orávamos”. Glória a Jesus!
De lá para cá, o mover do Espírito continua impactando vidas. Sinais e maravilhas resultantes da ação e do poder de Deus ainda acompanham os que crêem, porque a ênfase que repousa no buscar a Deus em oração persiste como marca desta Obra.
Mulheres como Lina Nyströn, Sara Berg, Frida Vingren, Beatriz Nascimento, Lydia Nelson, Necy Vasconcelos, Santina Queiroz, Francisca Menezes, Lília Cohen, Lavina Moraes, Judite Gouveia, Adelaide Lima, Maria Lavor, Dorothy Skeete, Raimunda Nery e tantas outras heroínas na oração, anônimas, que já descansam com Deus, marcaram as páginas da história da Assembleia de Deus em Belém e no Brasil, pela vida de piedosa oração que cultivaram. Delas muito se poderia falar. Algumas destas, joelhos dobrados em incessante oração, muitas das vezes regada com lágrimas copiosas, sustentaram o ministério de seus maridos pastores, enquanto estes laborando, “viviam nos campos guardando os rebanhos”, Lc. 2.8.
Assim, percorrendo os caminhos da Obra pentecostal, pode-se ver, que a senda desses servos de Deus é marcada pelo sinete da oração. Foi a uma humilde irmã, que o Senhor, enquanto esta orava certo dia em favor de seu servo, mostrou que a missão de Gunnar Vingren aqui na terra tinha se completado. Enquanto orava, num êxtase, esta irmã viu-se rodeada de muitos cestos e vasilhames, todos repletos de frutos. Entendeu, então, que ele completara a carreira cristã, pois as medidas estavam cheias, conforme relata irmã Frida, sua abnegada esposa e companheira de lutas.
Como afirma Robert L. Brandt, “o coração de Deus é cativado não somente por uma atitude humilde mas também por uma petição destituída de egoísmo”.
Maria Lúcia Fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário