segunda-feira, 8 de agosto de 2011
PAIS QUE SE IMPORTAM COM OS FILHOS
“Disse Israel a José: Já posso morrer, pois já vi o teu rosto e ainda vives”, Gn. 46.30.
Neste Dia dos Pais sempre é bom lembrar este tocante episódio envolvendo a história de José e seu pai Jacó ou Israel.
Quando lemos os fatos que envolvem toda a odisséia vivida por José, toca-nos profundamente o amor deste pai. Ao receber a notícia da possível morte do filho, Jacó recusou qualquer consolação, a despeito do empenho da família. Nenhum conforto era suficiente diante de seu amor pelo “filho de sua velhice” (Gn. 37.3). Correram os anos, mas para este pai não parecia plausível a possibilidade de seu querido filho ter sido vítima de algum animal feroz (Gn. 37.31-35). São sempre assim os pais. Sempre alimentam esperanças de que nada de ruim vai acontecer com seus pimpolhos, que sempre vão se safar das armadilhas que a vida lhes arma.
Corta-nos o coração tamanho sofrimento. Contudo, admirável e tocante foi a reação deste velho patriarca, ao ouvir, anos depois, a notícia tão alvissareira de que seu querido e pranteado José não apenas sobrevivera às vicissitudes da vida, como também se tornara alguém muito importante. O tempo podia ter passado inexoravelmente, mas o seu amor de pai era o mesmo! E isto fica bem evidente pela maneira como se expressa este pai: Basta, José ainda vive! (Gn.45.28).
Quando pai e filho se reencontraram emocionados, o filho chorou por longo tempo abraçado ao pai, um pranto doído, represado por muitos anos de sofrimento, enquanto o pai renovado pela emoção do momento, numa declaração digna de um pai que deve ser respeitado e honrado, que se importa mais com o filho do que consigo mesmo, exclama: “Já posso morrer!”. Sim, à maneira do velho Simeão, Israel podia considerar-se feliz por contemplar sua esperança satisfeita; seu filho estava bem, com vida e realizado como pessoa. Sendo assim, para ele, era o suficiente.
Graças a Deus, este não é um caso isolado. Muitos pais vivem e se sacrificam pelos filhos. Abrem mão da própria vida pelo sucesso deles. Estão bem, se seus filhos estiverem bem. Pena que muitos filhos não valorizam o pai que tem. Quando descobrem, geralmente já é muito tarde para agradecer-lhes e honrá-los devidamente.
Filho, neste dia especial, se você teve um pai assim, que pensava mais em você do que nele mesmo, levante as mãos em gratidão a Deus, por ter-lhe presenteado com um pai tão presente e responsável. Caso o seu genitor ainda esteja com você, siga o exemplo de José, ame e respeite seu papai até o fim de seus dias na terra. É o mínimo que você pode fazer.
Maria Lúcia Fonseca
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